segunda-feira, 5 de maio de 2008

Hino do Agrupamento 30 Merelim S.Paio


Vamos cantar com carinho
Ao nosso pátrio jardim
Terra mais linda do Minho
É S. Paio de Merelim
Hoje ainda como outrora
O Escutismo encena
A missão educadora
Dos jovens da nossa terra


CORO

Oh! Terra linda
Oh! Encantador cantinho
Demonstra ainda
Que és a pérola do Minho
Nosso tesoiro
Nossa fé amor em brasa
És a luz de oiro
Que ilumina a nossa casa. (repete)


No nosso Agrupamento
E com a nossa atitude
Partimos pró acampamento
Com a nossa juventude.
Em festa comemoramos
E em intima união
Os nossos cinquenta anos
Da primeira reunião.


Da juventude escutista
E do CNE em geral
Sua missão Apostólica
Plena dum nobre ideal.
Em festa todos estamos
Numa grande união
Os nossos cinquenta anos
Desta celebre fundação.

História do Agrupamento

Aos 18 dias do mês de Maio do ano de 1958, sob a presidência do então chefe Regional António Palha coadjuvado pelos chefes Braga e Albino e com a presença do Assistente P. Manuel Correia de Mesquita ( falecido ) realizou-se uma reunião na sacristia nova com um bom punhado de jovens vindos da Juventude Operária Católica, onde nasceria o actual Agrupamento 30 de Merelim S. Paio.
Foram fundadores deste movimento Álvaro da Cunha Borges, ainda no activo, José de Sousa Pereira Coutinho ( falecido ) e Fernando Gonçalves Alvelos.(imigrante em França).
Os ideais e os métodos educativos do escutismo foram – nos fascinando de imediato através de um seminarista que mais tarde se veio a ordenar Sacerdote (Padre João Cardoso de Oliveira) que durante as suas férias nos ia metendo o bichinho cá muito dentro de nós, aí começamos a aprender a viver em comunidade (grupo) e com a natureza, a intenção de formar homens e mulheres e o reconhecimento de Deus na sua obra foram os principais objectivos.
Tivemos como primeiros Dirigentes António Duarte, Chefe de Agrupamento Padre+ Manuel Correia de Mesquita Assistente de Agrupamento, José de Sousa Pereira Coutinho Secretário de Agrupamento, José Manuel de Araújo chefe de Grupo, Álvaro da Cunha Borges Chefe de Alcateia, Agostinho da Silva Abreu Chefe Adjunto de Alcateia.
Em 15 de Fevereiro de 1959 fizeram a promessa os primeiros escuteiros sendo eles os Chefes atrás referidos e os Guias e Sub-Guias das Patrulhas sendo eles: Gabriel Peixoto Ferreira, António da Cunha Queirós, Fernando da Costa Correia, Manuel da Cunha Queirós, António de Sousa Pereira Coutinho, Domingos de Sousa Pereira Coutinho, João Peixoto Ferreira, António Soares Duarte João Luís Duarte Fernandes e Domingos Peixoto Ferreira num total de 15 elementos.
Em Maio de 1959 fizeram a promessa todos os restantes elementos ficando assim o Agrupamento completo.
Em Abril de 1960 os Dirigentes Álvaro e Agostinho foram os primeiros elementos a retirarem-se do Agrupamento para prestarem serviço militar

Obrigatório e os guias dos Caminheiros Gabriel Peixoto Ferreira e António da Cunha Queirós passaram a Dirigentes ocupando as vagas dadas por aqueles que partiram para a vida Militar dando assim continuidade ao serviço do Agrupamento em todas as actividades, acampamentos, competições, não só na região como também a nível Nacional e Internacional participando em Acampamentos Nacionais e Jamborees.
No mês de Agosto de 1960 o nosso Agrupamento esteve pela primeira vez representado no 11º Acampamento Nacional no Estoril (Lisboa) e em Agosto de 1964 estivemos no 12º Acampamento Nacional em Teixoso (Covilhã). Em Agosto de 73 estivemos no 14º em Marrazes (Leiria). Em Agosto de 83 estivemos no 16º na Quinta de Calhariz (Setúbal). Em Agosto de 85 estivemos no 17º na Quinta do Além Bagunte ( V. do Conde ). Em Agosto de 92 estivemos no 18º na Praia do Palheirão (Coimbra). Em fins de Julho e princípios de Agosto de 2007 estivemos representados no 21º em Idanha-a Nova ( Castelo Branco ) a celebrar o Centenário da Fundação do Escutismo no mundo.
Em Março de 1961 foi publicado na revista Flor-de-lis a nossa filiação em Ordem de Serviço Nacional nº 207
Sendo filiado o Agrupamento XXX com sede em S. Paio de Merelim ( casa do Povo ) tendo como Patrono S. Paio fazendo parte deste Agrupamento o Grupo XVI tendo como Patrono Beato Nuno e a Alcateia XVI tendo como Patrono S. Domingos. A Direcção ficou assim constituída:
Chefe de Agrupamento---------------António Duarte
Assistente de Agrupamento----------Padre Manuel Correia de Mesquita
Secretário de Agrupamento----------José de Sousa Pereira Coutinho
Chefe de Grupo------------------------José Manuel de Araújo
Chefe de Alcateia ---------------------Álvaro da Cunha Borges
Em 1965 estivemos presentes no Jamboree Internacional em Vigo (Espanha) onde participamos na Peregrinação Scout a Santiago de Compostela no Ano Santo.
Em 1994 estivemos presentes no Jamboree Internacional da Madeira.

Como actividades de animação, os escuteiros durante muitos anos realizaram duas grandes festas, sendo elas, assinalar sempre o nosso aniversário da fundação com acampamentos, bivaques desfile missa com promessa de novos elementos o que hoje ainda se mantém e pelo natal uma festa para todas as crianças da catequese com teatros e distribuição de prendas a para todos os presentes.
Também realizaram algumas peças de teatro como 2 jovens cativos, Mocidade Heróica, Piratas da Ilha Brava algumas comédias que nos serviam para apresentar em fogos de conselho
Tentamos recuperar o grupo cénico o que não foi fácil nem possível, devido á falta de apoios e de instalações. Os escuteiros possuem também uma fanfarra que foi fundada em 1962 com alguns bombos e que esteve ao cuidado do chefe Domingos Gonçalves da Luz actualmente imigrante em França, mas só nos anos setenta é que começou verdadeiramente a desenvolver ano após ano.
Em 1976 é que a fanfarra sofreu uma grande transformação, a nível de instrumentos e na apresentação de um novo uniforme “ tipo músicos “, mas a iniciativa era um pouco contrária ao regulamento do C.N.E .e com a mudança de chefia de Agrupamento o uniforme voltou ás origens. Nos anos oitenta atingiu um dos seus melhores momentos de sempre.
Levamos o nome de Merelim S. Paio a muitas Freguesias com as nossas actuações nos Conselhos de Braga, Barcelos, Vila Verde, Amares, Terras de Bouro, Ponte do Lima, Viana do Castelo, Vieira do Minho, e até chegamos a ir á freguesia de Lobão na Vila da Feira, participamos muitas vezes nas Procissões da semana Santa em Braga
Também participamos em muitas festas escutistas, lembro-vos algumas mais importantes. Festa dos 60 anos da fundação do escutismo em Braga, 60 anos de escutismo em Bragança, 65 em Fafe, 70 em Famalicão, 75 Barcelos, muitas festas de Agrupamentos, Zona (Comunidade) e Núcleo.Como na vida de todos nós o Agrupamento ao longo destes 50 Anos de actividade teve momentos muito bons e momentos menos bons é preciso levantar a cabeça e dar-mos as mãos uns aos outros para que unidos sejamos mais fortes na vivência do verdadeiro ideal e espírito escutista legado por Baden Powel.
Fundadores

FRATERNIDADE NUNO ÁLVARES (FNA)

Quem Somos?

Denominação
A Fraternidade de Nuno Álvares (FNA ) é uma Associação privada de fiéis, sem fins lucrativos, constituída por antigos filiados do Corpo Nacional de Escuta(CNE)Escutismo Católico Português, que deixaram o activo naquela Associação.


Fins
A FNA tem por Fins:

- Estreitar os laços de AMIZADE que unem todos quantos militaram no activo do CNE, sendo elo de ligação de todos os que se mantenham fiéis á Lei e aos Princípios do Escutismo Católico;
- Constituir uma forte falange de Apoio ao CNE, na medida das possibilidades da Associação e de cada um dos seus Associados;
- Possibilitar a PARTICIPAÇÃO dos Associados em manifestações Escutistas, desde que não haja inconveniente para a FNA e para o CNE;
- Permitir a partilha entre a EXPERIÊNCIA do passado e as realizações do presente, pelo desenvolvimento das relações entre antigos e actuais Escuteiros no activo;
- Manter vivo, nos seus Associados, o Espírito Escutista. nomeadamente na Paróquia, na partilha fraterna Mundial, com os outros irmãos Escuteiros e Guias, e na Protecção da Natureza.


Opção Católica

A FNA afirma-se como movimento da Igreja Católica e está ciente da responsabilidade que lhe advém desse facto, nomeadamente enquanto Associação privada de fiéis


Independência
A FNA é independente de qualquer ideologia politica ou partidária e do poder constituído.


Escutismo Adulto Mundiala

FNA é membro de pleno direito da ISGF/AISG – Internacional Scout and Guide Fellowship/ Amitié Internacionale Scoute et Guide – a Fraternidade Mundial de Escuteiros e Guias Adultos, com expressa aceitação dos seus estatutos e Regulamentos.

sábado, 3 de maio de 2008

Caminheiros

Organização da IV Secção
  • os elementos são denomidados Caminheiros;
  • os Caminheiros estão divididos em Equipas de 5 a 8 elementos;
  • denomina-se Clã a Unidade formada pelas Equipas de Caminheiros;
  • cada Clã tem de duas a cinco Equipas;
  • cada Equipa escolhe para Patrono um Santo da Igreja, Benemérito da Humanidade ou Herói Nacional, cuja vida os Caminheiros devem conhecer e tomar como modelo de acção;
  • o patrono da IV Secção é São Paulo;
  • a cor representativa desta secção é o Vermelho.


Provas da Etapa de Adesão


Adesão ao Movimento

  • Conhecer a vida de B.P. e do Movimento Escutista para a expôr verbalmente ou por escrito.
  • Descrever a história do C.N.E. e a sua organização, assim como a insígnia associativa.
  • Descrever a organização e a história do Agrupamento.
  • Conhecer a simbologia Escutista (B. A., saudações, divisa, Flor de Lis, uniforme).
  • Estar em adesão e por em prática os sinais comuns da vida cesta.
  • Conhecer e procurar viver a Lei, Promessa e Princípios.
  • Utilizar correctamente os seguintes nós e ligações: direito, barqueiro, pedreiro e escota ou tecelão, nó de correr, cabeça de cotovia, botão em cruz, botão em esquadria e fazer um trabalho em que entrem pelo menos quatro tipos diferentes de nós e/ou ligações.
  • Ter conhecimentos técnicos de campismo - montar uma tenda, conservação de material, regras de machado e navalha e participar num acampamento de fim de semana.
  • Apreender globalmente a mensagem do "Escutismo para Rapazes".
  • Ter conhecimento dos distintivos do C.N.E.

    Adesão à Secção

  • Conhecera organização da IV Secção e saber inseri-lana organização do Agrupamento e da Associação.
  • Conhecer a mística e simbologia da Secção.
  • Ter vivência positiva em Equipa de, pelo menos, 3 meses.
  • Ler "A Caminho do Triunfo" e comentar um dos seus capítulos.
  • Participar numa actividade típica da Secção.
  • Conhecer a conversão de São Paulo.
  • Saber e meditar a oração do Caminheiro e o cerimonial da Promessa e Compromisso.
  • Elaboração do Projecto Pessoal de vida.




Pioneiros

Organização da III Secção

  • os elementos são denomidados Pioneiros;
  • os Pioneiros estão divididos em Equipas de 4 a 8 elementos;
  • denomina-se Grupo Pioneiro a Unidade formada pelas Equipas de Pioneiros;
  • cada Grupo tem de duas a cinco Equipas;
  • Cada Equipa designa-se por um nome de um animal, o Totem, ou um Santo da Igreja, ou um Benemérito da Humanidade ou um Herói Nacional, cuja silhueta figura na bandeirola e no distintivo da Equipa;
  • o patrono da III Secção é São João de Brito;
  • a cor representativa desta secção é o Azul;



Provas da Etapa de Adesão




- Etapa de Adesão ao Movimento


  • Descrever sumariamente a vida de BP e do Movimento Escutista.
  • Descrever em traços gerais a história do CNE, seus símbolos e insígnia associativa.
  • Descrever resumidamente a organização do agrupamento.
  • Descrever os distintivos de Agrupamento e uniforme.
  • Saber e pôr em prática os Mandamentos da Lei de Deus.
  • Demonstrar na sua vivência o conhecimento da Lei, Princípios e Divisa.
  • Utilizar correctamente os seguintes nós: direito, barqueiro, escota ou tecelão, pedreiro e nó de correr.



- Etapa de Adesão à Secção

  • Conhecer a organização da III Secção.
  • Conhecer a mística da III Secção.
  • Descrever os distintivos da Secção.
  • Integrar-se na vida da sua Equipa durante um período mínimo de 3 meses e conhecer a vida do patrono da sua equipa.
  • Participar activamente numa BA da Equipa ou Secção.Participar numa actividade típica da Secção.
  • Descrever sumariamente a figura de São João de Brito.
  • Rezar a Oração do Escuta e descrever o cerimonial da Promessa e Compromisso.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Exploradores

Organização da II Secção

  • os elementos são denomidados Exploradores;
  • os Exploradores estão divididos em Patrulhas de 4 a 8 elementos;
  • denomina-se Grupo Explorador a Unidade formada pelas Patrulhas de Exploradores;
  • cada Grupo tem de duas a cinco Patrulhas;
  • cada Patrulha designa-se pelo nome de um animal, o Totem, cuja silhueta figura na bandeirola da Patrulha e cujas cores do distintivo distinguem os seus membros;
  • o patrono da II Secção é São Jorge;
  • a cor representativa desta secção é o Verde.


Provas da Etapa de Adesão


- Adesão do Movimento


  • Descrever sumariamente o aparecimento do Escutismo.
  • Descrever os distintivos dos Dirigentes no Agrupamento.
  • Cantar duas canções Escutistas.
  • Identificar os sinais de pista da palestra de bivaque nº4 do «Escutismo para Rapazes».
  • Fazer e aplicar o nó direito e o de correr.
  • Frequentar a catequese.


    - Adesão à Secção
  • Descrever os distintivos de Secção e uniforme.
  • Conhecer o funcionamento e mística da Secção.
  • Enunciar a Lei e os Princípios do Escuta e pô-los em prática.
  • Descrever os principais passos da vida de B.P.
  • Participar numa actividade típica da Secção.
  • Integrar-se na vida da Patrulha durante um período mínimo de 3 meses.
  • Executar correctamente as saudações e descrever o seu simbolismo.
  • Mostrar que tem hábitos de higiene e asseio, trazendo usualmente cuidadas as mãos, unhas, dentes e vestuário.
  • Rezar a Oração do Escuta e descrever o cerimonial da Promessa e Compromisso.
  • Descrever sumariamente a figura de S.Jorge.

Lobitos


Organização da I Secção

  • os elementos são denomidados Lobitos;
  • os Lobitos estão divididos em Bandos de 5 a 7 elementos;
    denomina-se Alcateia a Unidade formada pelos Bandos de Lobitos;
  • cada Alcateia tem de dois a cinco Bandos;
  • cada um dos Bandos designa-se e distingue-se por uma das seguintes cores, escolhida pelos respectivos Lobitos e que figura no distintivo de cada Lobito e na bandeirola de Bando: branco, cinzento, preto, castanho e ruivo;
  • o patrono da I Secção é São Francisco de Assis;
  • a cor representativa desta secção é o Amarelo;

Lei

  • O Lobito escuta «Aquelá»;
  • O Lobito não se escuta a si próprio.


Máximas

  • O Lobito pensa primeiro no seu semelhante;
  • O Lobito sabe ver e ouvir
  • O Lobito é asseado
  • O Lobito é verdadeiro
  • O Lobito é alegre


Divisa

  • Da melhor vontade

Secções




Lobitos





Exploradores






Pioneiros







Caminheiros


quinta-feira, 1 de maio de 2008

O Fundador

Em 22 de Fevereiro de 1857 nasceu em Londres, Robert Stephenson Smith Baden-Powell, que mais tarde seria famoso como fundador do Escutismo. Sendo o quinto de sete irmãos, filho do Rev. Prof. Baden-Powell e Henriqueta Graça Smyth, Robert teve na companhia dos irmãos mais velhos uma infância muito divertida em Londres, que naquele tempo era muito diferente da grande cidade de hoje, pois ainda oferecia muita facilidade para actividades ao ar livre. Assim, desde menino, Baden-Powell aprendeu através de caminhadas e excursões a cuidar de si. Embora órfão de pai, sempre encontrou na mãe e nos seus irmãos o apoio necessário para tornar a sua infância muito feliz.
Baden-Powell fez os seus estudos em escolas públicas, onde era muito popular e querido por todos, colegas e professores. Nas férias, aproveitava para acampar com seus irmãos mais velhos. Quando terminou os estudos secundários, Baden-Powell ingressou no exército.
Como oficial, viajou muito, conhecendo grande parte do mundo. Durante as suas viagens conheceu tribos de guerreiros da África, os vaqueiros americanos e conviveu com os índios da América e do Canadá. Graças à sua competência, honestidade e exemplo como líder de homens, Baden-Powell, fez uma carreira militar brilhante.
Podemos citar como exemplo a Guerra do Transvaal em 1889, onde comandou a guarnição de Mafeking, importante entroncamento ferroviário, cuja posse era de grande valor estratégico. A cidade foi duramente atacada, durante 217 dias, pelas forças inimigas, entre os anos de 1899 e 1900. Como havia poucos soldados regulares em Mafeking, Baden-Powell treinou os cidadãos capazes de empunhar uma arma e para isso teve que organizar um grupo de jovens cadetes, os adolescentes da cidade, que desempenhavam todas as tarefas de apoio, tais como: cozinha, comunicações, primeiros socorros, etc. Graças a esses recursos, à inteligência e coragem de seu comandante, foi possível a cidade resistir a forças muito superiores, até que chegassem reforços.
A maneira como os jovens desempenharam suas tarefas, os seus exemplos de dedicação, lealdade, coragem e responsabilidade, causaram grande impressão em Baden-Powell e, anos mais tarde, aquele acontecimento teve grande influência na criação do Escutismo.
Graças aos seus feitos na vida militar, Baden-Powell tornou-se um herói no seu país. Durante uma viagem a Inglaterra, Baden-Powell viu alguns rapazes criarem brincadeiras através de um livro, que ele havia escrito para batedores do exército e que continha explicações sobre como acampar e sobreviver em regiões selvagens. Então, conversando com os amigos, ele entusiasmou-se e resolveu realizar, em 1907, na ilha de Brownsea, um acampamento com vinte rapazes dos 12 aos 16 anos, onde transmitiu conhecimentos técnicos tais como: primeiros socorros, observação, técnicas de segurança para a vida na cidade e na floresta, etc.
Devido aos bons resultados deste acampamento, Baden-Powell começou a escrever o livro "Escutismo para Rapazes" que, inicialmente, foi publicado em fascículos e vendido nas bancas de jornais, durante o ano de 1908. Os jovens ingleses entusiasmaram-se tanto com o livro que Baden-Powell organizou e fundou o Movimento Escutista.
Rapidamente o Escutismo alastrou-se por vários países do mundo. Em Portugal o Escutismo deu os primeiros passos ainda no território de Macau em 1911, tendo os seus impulsionadores regressado ao nosso país e fundado, em 1913, a Associação dos Escoteiros de Portugal. O Corpo Nacional de Escutas, Escutismo Católico Português, veio a ser fundado 10 anos mais tarde, em 27 de Maio de 1923, na cidade de Braga.
O Escutismo, nascido na Inglaterra, não respeitou fronteiras, alastrando-se por outros países, e, já em 1920, em Londres, reuniram-se num grande acampamento Escuteiros de várias nacionalidades. Foi neste primeiro acampamento mundial, denominado Jamboree, que 20.000 jovens aclamaram Baden-Powell como Chefe Mundial. Desde então, o crescimento do Escutismo foi grande e nem as duas guerras mundiais conseguiram enfraquecê-lo.
Depois de vários anos de dedicação ao Escutismo, viajando pelo mundo e fundando Associações Escutistas em vários países, Baden-Powell sentiu as suas forças escassearem. Retirou-se então para uma propriedade que possuía próximo da cidade de Nairobi, no Quénia. Ali, na companhia da esposa, dividiu o tempo entre pintura, a numerosa correspondência e as visitas de amigos. Faleceu na madrugada de 8 de Janeiro de 1941 enquanto dormia, deixando para nós, Escuteiros do mundo, não só uma enorme exemplo humano mas também uma Última Mensagem.

História do C N E

O Corpo Nacional de Escutas - Escutismo Católico Português - nasceu em Braga a 27 de Maio de 1923. Foram seus fundadores o Arcebispo D. Manuel Vieira de Matos e Dr. Avelino Gonçalves, que em Roma mantiveram os primeiros contactos com o Movimento, quando ali assistiram, em 1922, a um desfile de 20.000 Escutas, por ocasião do Congresso Eucarístico Internacional que esse ano se realizou na Cidade Eterna.
Depois de bem documentados regressaram a Braga e rodearam-se de um grupo de 11 bracarenses corajosos e valentes que, a 24 de Maio de 1923, faziam a sua primeira reunião, no prédio n.° 20 da Praça do Município, para estudarem a possibilidade e oportunidade da criação de um grupo de Scouts Católicos em Portugal: Assim nasceu o Corpo de Scouts Católicos Portugueses, cujos estatutos foram aprovados a 27 de Maio desse mesmo ano pelo governador civil de Braga, e confirmados em 26 de Novembro pela portaria n.° 3824 do Ministério do Interior e Direcção Geral de Segurança, começando a partir desse dia a existir oficialmente, com legalidade e personalidade jurídica.
A 26 de Maio de 1924 é publicado o Decreto-lei n.° 9729, que confirma a aprovação dos estatutos e alarga a todo o território Português o âmbito da Associação. Em Janeiro de 1925, reuniu em Braga, pela primeira vez a Junta Nacional com: D. Manuel Vieira de Matos, Director Geral; D. José Maria de Queirós e Lencastre, Comissário Nacional; Dr. Avelino Gonçalves, Inspector-Mór; Cap. Graciliano Reis S. Marques, 1.° Vogal e Álvaro Benjamim Coutinho, 2.° Vogal.
O Movimento estende-se de Norte a Sul de Portugal e, como meio de informação entre todas as Unidades apareceu em Fevereiro de 1925 o 1.° número do jornal "Flor de Lis" que mais tarde, em Janeiro de 1945, se apresentava em forma de Revista.
Ainda em 1925, a 28 de Fevereiro, o Diário de Governo, com o Decreto n.° 10589, de 14 de Fevereiro, ratifica a aprovação dos Estatutos do CNS, cujo documento foi assinado por Manuel Teixeira Gomes, Presidente do Ministério, Helder Armando dos Santos Ribeiro, Ministro da Guerra. A 15 de Março foi aprovada a nova redacção do Regulamento Geral e ainda nesse ano, alguns responsáveis do Movimento deslocaram-se a Roma e foram recebidos pelo Papa Pio Xl, que lhes dirigiu palavras de muito apreço e encorajamento pelo progresso e expansão do Movimento, em Portugal.
O ano de 1926 foi de intensa actividade e projecção para o CNE. Durante ele foram criadas e aprovadas as Juntas Regionais de Portalegre, Açores, Coimbra, Lisboa e Núcleo do Porto, que vieram juntar-se à de Leiria, criada no ano anterior. Prova inequívoca do interesse que o Escutismo Católico estava a despertar na população portuguesa foi também o 1.° Acampamento Nacional que em Agosto desse ano se realizou em Aljubarrota, durante o qual foi entronizada na capela de São Jorge a imagem do Beato Nuno, transportada para ali num impressionante cortejo de mais de 10.000 pessoas. Este acampamento serviu como rastilho para galvanizar os entusiasmos da juventude portuguesa de tal modo que, no ano seguinte, foram constituídas as Juntas Regionais da Guarda, Viseu e Madeira e os Núcleos da Régua, Coimbra e Aveiro.
Os progressos do Movimento eram tais que, no conselho nacional reunido em Braga em Maio de 1927, o Arcebispo fundador afirmava que "o escutismo é a maior obra católica no meu país" e a testemunhá-lo realizava-se logo em Dezembro desse ano o 1.º Congresso de Assistentes do Movimento; em Março de 1928, após alguns meses de negociações foi aprovado o estatuto das várias associações Escutas de Portugal com vista à sua federação; em Agosto realizou-se em Cacia o 2.° Acampamento Nacional... ainda nesse ano o Movimento chega a Moçambique (cidade da Beira). A 5 de Março de 1929 Baden-Powell visita Portugal e assiste em Lisboa a um desfile de 700 Escutas que o aplaudem com entusiasmo; em Abril desse ano realiza-se em Coimbra o 1.° Congresso Nacional de Dirigentes e a 2 de Maio o CNS é admitido no Bureau Mundial do Escutismo; em 16 de Junho foi inaugurada a Sede da Junta Central, na Rua da Boavista, em Braga, estando presentes o Arcebispo-Fundador e as autoridades civis e militares da cidade; em Agosto 26 elementos tomam parte no 3.º Jamboree Internacional de Arrowe Park, merecendo o seu testemunho um ofício do próprio Baden-Powell, dirigido ao Presidente da República de Portugal dizendo:"...distinguiram-se durante a sua estada no campo pela sua inteligência, disciplina e eficiência e sobretudo pela sua amabilidade, encantador espirito de amizade para com os seus irmãos escuteiros e para com quem estivessem em contacto."
Em Agosto de 1930 realizou-se na praia da Granja o 3.° Acampamento Nacional; a 9 de Julho do ano seguinte no regresso da sua viagem à África do Sul, Baden-Powell visitou os escuteiros da Madeira; a 29 de Junho de 1932 foi publicado o Decreto que regularizava a Organização Escutista em Portugal; em Braga - berço do CNE -, teve lugar o 4.° Acampamento Nacional onde se levantaram 93 tendas e acamparam 464 Escutas. A 28 de Setembro de 1932, tombou o gigante; às primeiras horas desse dia D. Manuel Vieira de Matos rendeu a alma ao criador e partiu em direcção ao Acampamento Eterno. Contava 71 anos de idade e o CNE sentiu por dentro a partida do seu fundador! No ano seguinte é a vez de Dr. Avelino Gonçalves deixar também o Movimento que ajudou a nascer e carinhosamente fez crescer, para se dedicar a outro múnus do seu Ministério. Sucede-lhe no CNE o Cónego Martins Gonçalves.
No ano de 1934 foi publicado o 1.° Regulamento que permite a entrada de Senhoras para o CNS como Dirigentes de Alcateias e a 12 de Abril do mesmo ano, Baden-Powell chega a Lisboa acompanhado de sua esposa e 700 Dirigentes ingleses. Devido ao seu precário estado de saúde não pôde sair do barco, mas um garboso desfile com cerca de 2 mil Escutas foi ao cais saudar o Chefe Mundial que nos visitava pela segunda vez. Em Novembro foi publicado o novo Regulamento onde aparece oficialmente a nova designação de Escutas em substituição de "Scouts", desaparecendo definitivamente o CNS para aparecer o CNE.
Em 1935, reunido no Porto, o Conselho Nacional substitui o termo de "Director" por Assistente e "Inspector" por Secretário (Nacional).1936 é um ano difícil para o CNE, talvez o mais crítico de toda a sua existência! A Organização Escutista de Portugal é extinta pela Portaria n.° 8488, publicada no Diário do Governo de 13 de Agosto de 1936, e o CNE volta a regular-se pelo Decreto n.° 10589, de 14 de Fevereiro de 1925. A situação é crítica porque a oficialização dos movimentos juvenis por parte da Igreja e do Estado deixaram o escutismo como que ao abandono, mas a coragem, dedicação e espírito escuta de um bom punhado de Dirigentes afastaram o perigo e evitaram o naufrágio, e assim, em Agosto desse ano, já se realizava em Leiria o 6.° Acampamento Nacional. Em Agosto de 1939 teve lugar na Madeira o 2.° Congresso Nacional de Dirigentes. No ano das Comemorações Centenárias (1940) O CNE quis assinalar a sua presença neste jubileu da nacionalidade. O Conselho Nacional da Figueira da Foz delibera levantar o seu cruzeiro da independência na Cidade Berço, Guimarães, solenemente inaugurado a 8 de Dezembro, Dia da Imaculada. Em 1941, como os Escutas de todo o mundo, o CNE sente profundamente a morte de Baden-Powell que faleceu no Quénia a 8 de Janeiro desse ano, com 83 anos de idade e uma extensa e brilhante folha de serviços prestados à Humanidade.
No meio das dificuldades surgem notas de apreço e reconhecimento de dois amigos do CNE: suas Santidades Pio XII e Paulo VI.
"E que a Associação Portuguesa de Escutas Católicos pelos seus muitos e grandes serviços prestados... bem merece da Igreja. Mais de 60.000 jovens ele procurou formar no Amor e na Prática da Fé, da Piedade, da Caridade e das outras virtudes."
E em 1934, em nome de Pio XII, escreve ainda J. B. Montini: «É também digno de todo o louvor o espírito que tem animado o CNE: fidelidade e obediência à Hierarquia, para "bem servir" e "da melhor vontade"».
No momento de tantas dúvidas e no meio de tanta esperança e Fé, as palavras do fundador, D. Manuel Vieira de Matos:
«Queridos rapazes, metade do meu coração é vosso, levai-o convosco» E acrescentava às palavras de Pio XI: «Deveis ser os primeiros na profissão de fé cristã, os primeiros na dignidade da vida, os primeiros na pureza, os primeiros em todas as manifestações da vida cristã». «Depois de Deus, a dedicação até ao sacrifício dos seus dirigentes, e o seu magnifico órgão, a "Flor de Lis" encerram certamente o segredo do extraordinário progresso desta que consideramos a mais benéfica instituição juvenil ».
Sucedem-se pois os 7.° e 8.° Acampamentos Nacionais em Tomar (1946) e em Braga (1948). E, em 1950, procede-se à aprovação de novos Estatutos e publica-se novo Regulamento Geral. Aliás, estas duas décadas que se vão seguir (50/60) parecem ter dado origem a uma pequena "revolução" após as vicissitudes atrás referidas. Com efeito, ainda em 1950 (a 5 de Novembro) a Junta Central transfere-se para Lisboa e nos anos seguintes vários dirigentes deslocam-se ao estrangeiro (nomeadamente a Gilwell Park, em Londres) para frequentarem Cursos de Formação de Dirigentes. Sucedem-se os Campos-Escola e os Acampamentos Nacionais que continuam a reunir já não centenas, mas milhares de Escutas. Foi assim com os 9.°, 10.° e 11.° Acampamentos Nacionais que reuniram em Coimbra (1952), Porto (1956) e Lisboa (1960). É também em Lisboa que, no ano seguinte, se realiza, de 19 a 25 de Setembro, a Conferência Internacional do Escutismo. O CNE cresce a olhos vistos e assiste, em 1963, à inauguração, em Fraião, de um Campo-Escola permanente que incrementará, sem dúvida, as possibilidades de Formação de Dirigentes. Logo, no ano seguinte, novo Acampamento Nacional, o 12.º, desta feita na Covilhã, evidenciando-se assim uma preocupação pelo desenvolvimento do Escutismo no interior do pais.
Assim se verifica, em 1966 e a 15 de Agosto, em Fátima, o 1.° Encontro Nacional de Dirigentes, a que se segue, em 1968 e em Portalegre, o 13.° Acampamento Nacional. E com tudo isto, ainda por solidificar, um CNE ainda jovem, está a 5 anos do seu jubileu, que se verificou em 1973, com grande pompa, numa Concentração Nacional em Braga (no mês de Maio) e com o 14.° Acampamento Nacional, em Leiria.